30 de abr. de 2010

HENRY CARTIER BRESSON


‘’FOTOGRAFAR...É COLOCAR NA MESMA LINHA DE MIRA...
A CABEÇA, O OLHO E O CORAÇÃO.’’
HENRI CARTIER-BRESSON, 1994.

Photographier...c’est mettre sur la même ligne de mire ...
La tête, l’oeil et le coeur.

‘’Para mim há sempre pontos de interrogação por todo o lado.
A única coisa interessante são as perguntas, não as respostas.
Saber do que se trata. É sempre este o problema.
Do que se trata ? O que é ? Por quê ?’’

‘’Biografias ? É preciso fazer biografias falsas. Esta mania tem algo de mórbido. Seria melhor que lessem ‘’L’Amour Fou’’ e ‘’Nadja’’.
Deixa pra lá...’’

‘’Fico desapercebido quando passo desapercebido. A fama é muito pesada.’’

‘’Degas disse que é ótimo ser famoso...com a condição de ser desconhecido...’’

‘’E bom que as pessoas gostem do que fazemos...mas isso quer dizer que temos de continuar...e não apodrecer parados.’’

‘’Eu vesti a camisa ...a camisa da fotografia.’’

‘’Se sou mordaz...não é contra a fotografia...mas fico feliz se faço o que me diverte...ou interessa às pessoas. Mas a fama é terrível. Terrível ! Ficamos acorrentados a ela. Se sou mordaz, é contra isto.’’

‘’A fotografia por si só não me interessa... mas a reportagem sim, a comunicação entre o mundo e o Homem com este instrumento maravilhoso do tamanho da mão que nos faz passar desapercebidos. E assim participamos . É uma dança. Entende ? É uma grande alegria fotografar assim.’’

‘’É preciso esquecer-se, esquecer a máquina... estar vivo e olhar. É o único meio de expressão do instante. E para mim só o intante importa... e é por isto que adoro , não diria a fotografia....mas a reportagem fotográfica, ou seja, estar presente, participar, testemunhar, com a alegria da composição e evitar a anedota. Ao mesmo tempo, não podemos ficar esperando plea grande fotografia. Há muito o que descascar. É um presente que lhe é oferecido, mas é uma ação do acaso e é preciso tirar proveito dele... ele existe. É a vida, e ao mesmo tempo, a morte... porque desaparece, acaba. Há algo de mórbido na fotografia. Não é raro uma foto que possamos olhar por mais de um instante que passe uma emoção.’’

‘’A gente olha e pensa: Quando aperto ? Agora? Agora? Agora?
Entende? A emoção vai subindo e, de repente, pronto. É como um orgasmo, tem uma hora que explode. Ou temos o instante certo, ou o perdemos...e não podemos recomeçar. O desenho é uma meditação...enquanto que a foto é um tiro. Pode apagar um desenho e fazer outro. Não está lutando contra o tempo. Tem todo o tempo pela frente, é uma meditação. Mas com a foto, há um espécie de angústia constante... pelo fato de estar presente. Mas é uma angústia muito calma.’’

‘’Goethe dizia que para se entender uma pintura é preciso fazer um esboço. Tinha toda a razão: deviam dar um lápis e um pincel às pessoas em vez daqueles fones de ouvido com aquele blá-blá-blá...’’

‘’Eu prefiro de longe o rádio. Pois no rádio, há mais imaginação.’’

‘’Esta coisa de cerebral... Pessoas tão inteligentes, como se apontassem demais o lápis e não pudessem mais escrever. Ele fica tão pontudo... Estamos num mundo de comentaristas.’’

‘’Há mil maneiras de cozinhar um ovo, mas o ovo é sempre o mesmo. Temos que questionar, de saber do que se trata o tempo todo.’’

‘’Não estou falando de música. Mas quando vejo alguma coisa que não está na proporção certa...isso me irrita. Me irrita muito. A minha alegria é a geometria.’’

‘’Foi um engajamento político e uma encomenda. Não há diferença entre os dois. Foi um trabalho encomendado e importante pra mim...como Capa e Shim com sua Leica e sua Contax e eu com a câmera de cinema.’’

‘’Mas o cinema é um discurso. E quando trabalhei com Renoir, ele sabia muito bem que eu não seria capaz de fazer um filme. Não tenho imaginação.’’

‘’Faça-me perguntas, senão vou dizer asneiras.’’

‘’A intimidade é algo secreto. Nada de confidências, não é da conta de ninguém.’’

‘’Diria que o acaso foi... Foi o quê ? Foi generoso... Sorte ou azar...não sei. O que é curioso é o acaso, são as coincidências. Foi por isso que o surrealismo me marcou. Pela concepção surrealista, não pela pintura...apesar de minha amizade por alguns. Mas pela concepção, o subconsciente e tudo o mais. Yves Bonnfoy diz que minha concepção nada tem a ver com o lado ortodoxo do surrealismo. André de Mandiargues e meus amigos foram marcados por isto. Era uma revolta contra o tipo de mundo. E na fotografia...Foi por isso que a fotografia me alegrou tanto... por causa de todo este lado inconsciente que surge assim...em uma luta contra o tempo. É o único meio de expressão...onde há esta luta contra o tempo. Talvez para um maestro também, só que não é ele que cria, enquanto que o fotógrafo cria...sabe-se lá o quê, mas cria, assim de repente. E correndo o risco de não acertar...de não estar à altura. Entende ? Tenho a impressão que esta alegria existe do nascimento até a morte.’’

‘’Apague a luz, está ofuscante. Na penumbra, é muito mais íntimo.’’

‘’Há uma bússola que me levou no chutômetro. Só acredito no que está à margem. Acho que é isso que deve sobressair.’’

‘’Para mim, a foto e o desenho estão muito próximos. Um é ação, o outro, meditação. E a grande coisa que me falta na fotografia, é o grafismo. A caligrafia do desenho...nada disso existe na fotografia.’’

‘’É preciso fugir, dar o fora, não se deixar prender.’’

(O que detonou tudo, foi a foto de Muncashi? Só isso ?)
‘’Só isso. E depois...acabei indo ver a vida na rua. Mas eu me baseei nisso.’’

‘’Não tem nostalgia alguma. Devemos nos alimentar do passado.
A nostalgia é negativa.’’

‘’Quando tem coisas sérias a dizer, é melhor dize-las rindo.
Viva Disneau, sempre Doisneau.’’

‘’A vida é uma contradição.’’

‘’Não quero tirar conclusões, não há conclusões.’’

‘’Enfim...quem ri por último, ri melhor.’’

(Paulham dizia esta linda frase: “ As pessoas ganham
em ser conhecidas, ganham mais mistério.’’)
‘’Que bonito !’’


Estas frases ditas por Cartier-Bresson, foram traduzidas do filme documentário chamado ‘’HENRI CARTIER-BRESSON: Point d’Interrogation’’, de Sarah Moon, produzido pela Production Take Five com direitos de copyright de 1994.


Essa paisagem ficou mais linda ainda, com a presença dessas pequenas jóias. Criança combina com paisagem que transmite paz. Combinação perfeita!

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Recife